Lilypie Second Birthday tickers

Lilypie Second Birthday tickers

Até logo...



É difícil para certas pessoas compreenderem o amor que se sente por um animal.
É difícil explicar o porquê dessa cumplicidade.

Com grande falha minha, penso nunca ter deixado aqui o testemunho do animal que faz parte da minha vida neste últimos 11 anos e meio.

O João é um gato que veio para mim já com cerca de um ano e com uma particularidade. Ele tinha uma pata a menos.

Não nasceu assim, foi amputado por complicações após uma mordidela de um cão.
Não é menos gato por isso pois fazia a sua vida (e que vida) na maior das normalidades.

Faz as asneiras por 2 gatos.
Desde roer todo um rolo de papel higiénico, a enfiar-se na chaminé. Fugir para os telhados dos vizinhos e fazer-nos persegui-lo em roupa interior. Fugir para junto dos cães dos vizinhos e ficar ali, a um passo do limite da trela, a atiçar os pobres coitados. Conseguir, que nem o Houdini, escapar a uma trela bem apertada para ir para uma luta no meio dos outros gatos. Dar-me mordedelas como sinal de ciúme e protesto contra algo.

Rosna cada vez que não está satisfeito e mia sem parar cada vez que quer algo. Adora atum de lata e queijo.



São tantos os momentos em que a sua companhia é importante. Nos momentos tristes em que partilhei com ele que já não iria ser mamã. Ou nos felizes, em que trouxe o meu filho para casa.


Dormir em cima das pernas enquanto descanso no sofá ou dentro dos lençóis no Inverno frio.
É engraçado quando digo às pessoas que permito fazer isto, mas se não o amar como ele é não é amor. Mesmo eu passado uma noite "ensanduichada" entre os dois machos da casa.


Ser aquele que me recebe à porta com uma "turrinha" todas as noites depois do trabalho.
Ser aquele que nos acorda com um valente passeio e mio por cima de nós quando o despertador se esquece de ligar.
Ser aquele que, mesmo do lado de fora do perímetro de segurança, guarda religiosamente aquele ser que acabou de fazer parte da sua vida.
Ser aquele que nos perdoa, nunca nos vai trair e sempre, por mais amuado que esteja, nos vai ronronar quando o abraçamos.


Esta é a razão de eu amar o meu animal.


Falo-vos no presente para preservar a sua vida. Mas falo-lhe no passado para preservar a sua memória.


Partiu da minha vida mas sei que nos voltaremos a encontrar novamente na vida que ele agora leva.


Esta ausência é só um pequeno pormenor.